MAGNETISMO EM AÇO INO X 316

 Artigo publicado por Raul Ritzmann Desde que comecei a trabalhar com cabos, escuto a história “aço Inox 316 não pega imâ”. Cheguei a ler em livros e ouvir comentários de importantes iatistas essa imposta verdade indiscutível. Um dos mais famosos aconselha seus leitores a sempre ter um imã junto quando fôr comprar material Inoxidável . A realidade contudo está longe da crendice. Imagino que, no passado alguém realmente notou que seu imâ não pegava em um pedaço de Inox sabidamente da liga 316, mas, daí a estender a propriedade a todos os materiais Inox 316 é falta de informação. V ejamos a situação dos cabos Inox: Não existem muitas ligas Inox com as quais podemos fazer cabos com alta resistência. As 2 mais usadas em náutica são 304 e 316, que são basicamente iguais, abaixo mostraremos sua diferença. A 316 mostra mais estabilidade em ambientes com cloro (o sal da água do mar é o mesmo que usamos na cozinha: cloreto de sódio = NaCl) que existe nos oceanos. O que não quer dizer que o 304 não presta. Muitos bons fornecedores internacionais de material Inox oferecem as 2 ligas e a vontade do comprador de trocar , com maior ou menor frequência é que vai decidir . 316 custa de 20 a 30% mais e vem praticamente com todos os veleiros, já de fábrica. É quase consenso geral, que vale pagar mais e se aborecer menos com trocas.Os cabos são formados por fios. Os fios são feitos esticando - se um fio mais grosso chamado fio máquina por dentro de pastilhas furadas, de diamante (porque Inox é muito duro), chamadas fieiras. Cada vez que um fio passa por uma fieira, ele fica mais fininho. Como passa um monte de vezes, há uma grande redução de diâmetro. E cada passada, como se estica o fio, altera sua estrutura interna, a granulação de origem vai se espalhando no sentido de comprido do arame. Esse stress enorme que o arame sofre PODE introduzir algum magnetismo, mesmo na liga 316. Quando o cabo é produzido, os fios novamente passam por guia- fios, fazem ângulos entrando e saindo destes, acrescentando mais stress ainda, aumentando a probabilidade de formação de magnetismo